Universidade Federal do Sul da Bahia

Universidade Federal do Sul da Bahia

terça-feira, 10 de maio de 2016

O feiticeiro e sua magia


STRAUSS, Levi;. O feiticeiro e sua magia.

Insere-se no campo do estudo de casos e analise antropológica.
Aborda como se davam rituais xamanicos, o papel do feiticeiro, da comunidade e do doente juntamente com os símbolos que cercam o ritual de cura.

O FEITICEIRO E SUA MAGIA
O texto aborda os mecanismos pisco fisiológicos, o inconsciente e consciente do doente no papel da cura, quando persuadido as tradições do grupo.
Com a doença o individuo experimenta juntamente uma espécie de condenação por parte do grupo como moribundo. O organismo do individuo reage de maneira a frequentemente recusar comida e bebida, dentre outras transformações observadas pela medicina e psicologia em situações pós traumáticas.
Surge então a figura do feiticeiro. O grupo ao qual o individuo pertence acredita piamente em seu xamã e em suas técnicas e espera que após a intervenção xamanica o doente seja finalmente curado.
Em seguida o autor faz uso do estudo de relatos envolvendo os Zuni do Novo México onde um rapaz foi acusado de feitiçaria após tocar em uma moça e ela ter uma crise epilética, e como esse rapaz se sai da situação dentro de um tribunal imposto pela tribo para investigar o caso. 
O grupo se sente confortado após a situação esclarecida pelo rapaz através de ricas historias míticas a respeito de sua família e u;ma pena mágica no interior de uma parede da casa. Após algumas paredes derrubadas encontram uma pena no meio do barro. A tribo se sente confortada com a satisfação de justiça. O rapaz assim escapa de ser executado, e garante a todos sua coerência mental. Trabalha assim o personagem que lhe impuseram, e se mostra inocente detentor de poderes mágicos, com a pena destruída ele já não é mais uma ameaça a tribo.
O xãma autorizado pelo grupo dispõe de qualidades teatrais para convencer de sua cura. Epassa por um treinamento, o relato de Quesalid, de Vancouver no Canadá, mostra que o feiticeiro passou por uma preparação de quatro anos antes de exercer a função. E ao se encontrar com outros feiticeiros viu uma diferença significativa no emprego dos métodos de cura, onde aparentemente o mais surpreendente: do verme ensangüentado, parecia também mais eficaz. Nenhum dos métodos parece adequado a cura mas levam o caráter experimental. E o segredo do xamã quanto ao seu método é importante para manter a aura de misticismo.
A cura se da na crença que estes estados patológicos têm uma causa que pode ser atingida, e o feiticeiro cumpre o papel de passar a todos um sistema de interpretação junto com a inversão pessoal para ordenar a situação diagnosticando e curando.
O doente geralmente experimenta um estado psicossomático, e experimenta a cura assim como o público participa dala.
Esses elementos estão de maneira indissociável com a pratica do xamanismo.
O consenso social da cura é fundamental, o individuo se adapta as exigências do grupo, como também, é fundamental para que o individuo reafirme sua crença e entre no processo de cura. Onde também se coloca o papel afetivo da pratica, e cada um desempenha um papel no ritual.
´´A cura põe em relação esses polos opostos, assegura a passagem de um a outro, e manifesta, numa experiência total a coerência do universo psíquico, ele próprio é a projeção do universo social.`` (pp. 200)

Para o grupo não é a cura real que importa e sim o mito que a fomenta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário