Fichamento
“O
Ramo de Ouro- James Frazer”
Introdução de Mary Douglas
-
Contexto: No século XIX a atenção popular voltou-se para os antropólogos, cujo
trabalho naquele momento, consistia em dar sentido e compreender os pensamentos
arcaicos, as crenças, lendas, religiões, mitologias, etc.
-
James Frazer (antropólogo social, folclorista e mitólogo nascido em Glasgow
(1856), estudioso da evolução histórica do pensamento humano, através do estudo
comparativo do folclore, da mitologia e das religiões, correlacionando a
influência da magia e o misticismo sobre a evolução da mente humana. De acordo
com sua tese, a mente humana evoluiu do estado mágico ao religioso, e
posteriormente, ao científico).
- Tinha gosto pela leitura sobre religiões
exóticas; o intrigavam as lendas dos deuses gregos, inescrupulosos e lascivos.
- Em
sua obra “O Ramo de Ouro” Frazer tem como objetivo descobrir a unidade original
do pensamento religioso, desde o culto primitivo dos arianos.
- “A
ambição profunda de O ramo de ouro é colocar todas as doutrinas sacrificiais do
cristianismo, e com elas, as doutrinas da Encarnação, da Imaculada Conceição e
da Ressureição, sob a mesma perspectiva da adoração totêmica, lado a lado com
as luxuriosas excentricidades do panteão grego e com as carcaças queimadas ou ensanguentadas
dos antigos altares dos israelitas.”
- “As
principais críticas modernas são, primeiro, que Frazer era intoleravelmente
arrogante em relação à mentalidade primitiva e, segundo, que tratou
superficialmente de assuntos profundos.”
- “Os
contemporâneos de Frazer achavam, sem dúvida, que a idade da religião dogmática
e da superstição estava chegando ao fim. As críticas de superficialidade e
arrogância aplicam-se apenas se retirarmos Frazer do contexto de sua época.”
Parte 6. O bode expiatório
- “Princípio primitivo da transferência de
males para outra pessoa, animal ou coisa”.
- “O
selvagem imagina ser possível transferir
o peso de suas dores e penas para outra pessoa, que arcará com o sofrimento em
seu lugar. O selvagem age de acordo com essa ideia, e o resultado é um número
interminável de recursos pouco amistosos para lançar sobre os ombros de alguma
outra pessoa o peso que não se está disposto a carregar.”
- “Os
esforços dos povos primitivos para se livrarem de todos os seus problemas de
uma só vez tomam, geralmente, a forma de uma grande caçada e expulsão dos
demônios ou espíritos que, segundo acreditam, são as causas de todas as
aflições. Eles acham que, se puderem deitar fora esses seus malditos
atormentadores, poderão recomeçar a vida, felizes e inocentes.”
- “A expulsão imediata e a expulsão
mediata do mal têm a mesma intenção, ou seja, quer sejam os males considerados
como invisíveis, quer estejam materializados numa forma física, essa é uma
circunstância totalmente subordinada ao objetivo principal da cerimónia, que é
simplesmente obter a eliminação total de todos os males que assolam um povo.”
-
“Antes de entrar num novo ano, as pessoas se preocupam em eliminar os problemas
que foram motivo de preocupação no passado; é por isso que em tantas
comunidades o início do novo ano é marcado por uma expulsão solene e pública
dos espíritos malignos.”
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